Freguesia criada em 1835 em substituição da de Santa Maria de Mós que englobava os lugares de Barroncal, Magustim, Mós e Rossas a que se juntaram os de Ferreirim de Baixo, Ferreirim de Cima e Vila Meã desmembrados da Freguesia de Tarouca.
Pertenceu ao Concelho de Tarouca até 1896 e, a partir daí ao de Lamego.
Tem actualmente cerca de 1200 habitantes que vivem, essencialmente, da construção civil e agricultura.
Vila Meã:
Não há dúvida de que se trata, em origem, de uma “villa” agrária muito anterior ao século XII, por certo com origem na “civitas Tarouca”, o forte castro de um monte que domina este lugar e se ergue entre ele e o de Dalvares.
Que a origem é pré -nacional prova-o o facto de logo na primeira metade do século XII o lugar ter constituído na sua maior parte uma honra do inclito Egas Moniz, aio de D. Afonso Henriques, que talvez já a tivesse de antepassados.
Na “villa” além da honra, havia apenas a mais uma “cavalaria” (herdade de cavaleiros – vilãos, por foro a que a “terra” de Tarouca, onde o lugar se incluía, havia sido povoada), e talvez uma jugaria (herdade de jugadeiros ou peões, vilãos).
No tempo de D. Dinis n“a aldeia de Vila Meã (não estava já na posse de fidalgos nos finais do século XIII. Uma explicação pode estar na venda a vilãos da paróquia de S. Pedro de Castro Rei, isto é, Tarouca) há dois casais de Salzedas (mosteiro) e um da Sé de Lamego e dez de herdadores, e cada um traz os seus por honra, porque, dizem, foram “filhos de algo”.
- Dinis eliminou a honra: “Sejam todos devassos, e entre aí o mordomo de el-rei, por todos os seus direitos”.
Com a eliminação da honra, "cessou" a história do lugar.
Este foi da freguesia de Tarouca até 1848, ano em que , extinguindo-se a de Mós, foi criada a de Ferreirim abrangendo a extinta e este lugar. Numa memória do Mosteiro de Salzedas do tempo de D. Dinis diz-se:
“ E Vila Meã era da honra de Gouviães e demandava-a Gonçalo Gonçalves “Bezerra” por sua, e houveram sobre ela ‘conselho’, e vieram a pelejar, e morreram muitos, e ficou Vila Meã aos de Gouviães”.
Paio Cortês, deve ter tido a honra de Gouviães por préstamo, dado por Egas Moniz àquele seu vassalo e razão da contestação que no tempo de D. Sancho II opôs o Senhor de Mós, descendente directo de Egas Moniz e, por isso, crente dos direitos à honra de Vila Meã, aos netos de Paio Cortês a quem a concessão fora talvez feita temporariamente. À falta de títulos, a questão resolveu-se pelas armas.
Mós:
Egas Moniz, entre 1128 e 1146, repovoou o lugar ou “villa” rústica, que foi honra sua, e naquele período certamente se construiu nela uma igreja, pois Mós já no século XII é paróquia.
A Paróquia de Mós pertencia ao julgado de Castro Rei e “terra” de Tarouca, e, além das duas vilas rústicas, Mós e Magustim, compreendia vários reguengos: a quinta de Domingos Copo (talvez no sítio de Roças) e o monte da Pedra de Arca.
Construído nos finais da Idade Média por iniciativa dos últimos Condes de Marialva, cujo túmulo se conserva ainda no interior da igreja, o Mosteiro de Santo António de Ferreirim deve o seu aspecto actual a uma reforma integral produzida durante a primeira metade do século XVI. Em 1525 a Casa foi entregue à Ordem de São Francisco, entrando os primeiros monges dois anos depois. Em 1532 deu-se início à construção da igreja, obra filiada numa mescla estilística manuelino-renascentista com elementos platerescos.
No século XVIII, novas obras de remodelação transformaram substancialmente a obra quinhentista, como o demonstra a construção da galilé setecentista, símbolo de austeridade decorativa e que protege hoje o primitivo portal. A igreja é de uma só nave, e nela se conserva parte do conjunto retabular de inícios do século XVI, obra encomendada pelo Cardeal-Infante D. Afonso, filho de D. Manuel e executada em parceria por três dos mais importantes pintores activos em Portugal nessa altura - Cristóvão de Figueiredo, Gregório Lopes e Garcia Fernandes-, designados por "Mestres de Ferreirim". O contrato para a realização dos três retábulos da igreja do Mosteiro integra o reduzido conjunto documental que se conservou até hoje, fornecendo dados fundamentais para o conhecimento, quer das formas de organização do trabalho - neste caso particular, traduzido numa relação de parceria entre os mestres de Lisboa -, quer da acção mecenática do Alto Clero, cujas preocupações transcendiam o plano material da obra pictórica incidindo, também, sobre os programas iconográficos.
Integrada na parte conventual subsiste uma torre militar medieval, símbolo do primitivo povoamento da localidade após a definição de Portugal como reino independente, depois reformada por uma campanha gótica, e hoje completamente restaurada.
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